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A Ordem de Santo Huberto é a mais antiga Ordem Cavalheiresca da Casa Principesca de Mesolcina, quer pela fundação como uma Ordem Militar, quer pelo período em que tornou-se uma Ordem Cavalheiresca ligada a Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro. A Ordem de Santo Hubert foi uma Ordem de Cavalaria estabelecida em 1416 pelo Cardeal Louis I de Scarpone, Duque de Bar com o nome Ordre du Lévrier (Ordem do Galgo), recebendo o nome do Santo Patrono dos Caçadores em 1422.

 

No mês de maio de 1416, vários Lordes do Ducado de Bar reuniram-se para pôr fim às hostilidades que reinavam entre eles e fazer servir as suas tropas na defesa do Duque: esta associação tomou o nome de Ordem do Galgo, ou Ordem da Fidelidade.

 

De uma Ordem por período determinado, para uma Ordem permanente

A Ordem da Fidelidade foi estabelecida, de forma estatutária, por um período de cinco anos, sendo que ao final deste período, seus Cavaleiros estariam desobrigados do Juramento de Admissão, e a própria Ordem seria dissolvida. Sabemos, no entanto, que resultou, para o Duque de Bar e para o Ducado, das vantagens que determinaram o Cardeal de Bar e os Cavaleiros da Ordem, alguns meses após a expiração do período de cinco anos, para mantê-lo em perpetuidade. A medida foi decidida em assembleia realizada em Bar-le-Duc na quinta-feira 23 de abril de 1422, onde treze dos Lordes, que participaram na criação da Ordem em 1416, comprometeram-se tanto em seu nome como em nome dos seus Confrades ausentes a observar os estatutos adotados em 1416 de modo perpétuo.

 

As únicas alterações introduzidas nos regulamentos existentes diziam respeito à denominação, ao símbolo distintivo e aos dias de reunião da Ordem. Nesta assembleia, os cavaleiros escolheram como padroeiro Santo Hubert, evangelizador das Ardenas, sob cuja invocação colocaram a instituição.

 

Eles decidiram que, em vez do galgo, usariam na parte inferior da Cadena uma imagem dourada do dístico do Santo, pendurado no peito, e uma imagem semelhante bordado em suas roupas. O dia ou encontro anual foi marcado para 30 de maio, dia da festa de Santo Hubert. Estas disposições foram aprovadas no mesmo dia por Louis I, Cardeal-Duque de Bar, que, a pedido dos Cavaleiros reunidos, mandou afixar o seu selo nas cartas com o resultado da sua deliberação.

 

A vida da Ordem até a anexação do Ducado de Bar pela Coroa da França

Apesar da cessão do Ducado de Bar, feita pelo cardeal Louis I de Bar ao Príncipe Capetiano René d'Anjou, seu sobrinho e as disposições que resultaram da reunião de Bar a Lorena (após a morte de Carlos II), a Ordem de Saint-Hubert foi mantida sob o reinado de René e seus sucessores. No entanto, faltam dados sobre sua composição e ações. Seus próprios arquivos não fornecem hoje nenhuma indicação precisa de sua existência de 1422 a 1597.

 

Ao final desse longo período, a instituição encontrava-se em condições de organização regular. Foi então regido por um regulamento revisto no decorrer do ano de 1597, e que indica uma existência mais antiga da Ordem.

 

Desde a ocupação da Lorena pelos franceses em 1552, a cidade de Bar deixou de ser o local de residência habitual dos seus Duques e Nancy tornou-se de facto a Capital dos dois Ducados. A maior parte das famílias pertencentes à cavalaria do Ducado de Bar, que haviam sido agregadas ao serviço dos Duques, foram extintas ou seguiram o príncipe até Lorena. Nenhum dos que participaram da criação da Ordem em 1416 e 1422 estariam vivos em 1597. Os cavaleiros em funções naquela época eram homens notáveis ​​do país, mas não estavam em condições de cumprir os deveres próprios estabelecidos na Fundação da Ordem. Condições impostas pelos estatutos de 1416, para a repressão de agressão. As desordens, aliás, haviam se tornado, com o avanço da organização judiciária, muito mais raras no país.

 

Nos novos regulamentos decretados em 1597, notamos disposições que consagraram um privilégio que a Ordem parece ter tido desde então, de se envolver na caça com galgos, na véspera e no dia da festa de São Hubert, seu patrono, e para a qual todos os membros foram chamados sob pena de multa. Os Cavaleiros também foram obrigados, sob a mesma pena, a manter e alimentar pelo menos um galgo; eles tinham, além disso, a faculdade de criar quantos quisessem. Em 1623, todos os privilégios de caça tendo sido revogados por um decreto geral, os Cavaleiros de Saint-Hubert fizeram protestos contra esta ordenação que foram recebidos pelo Bailiado de Bar: a Ordem foi mantida no gozo de seus direitos dos Ducados de Bar e da Lorena.

 

Regras para a admissão na Ordem:

A nobreza Barroise tinha que provar cinco gerações de nobreza pura para ser admitida na Ordem.

Os nobres do Ducado de Bar não eram obrigados a pagar a Joia de Ingresso, que era de três mil francos de ouro para os cavaleiros estrangeiros nesta província.

Para ser admitido, era necessário professar a religião Católica, Apostólica e Romana. De acordo com art. 1º dos estatutos de 1714, os Cavaleiros foram obrigados, se a necessidade exigia, a pegar em armas para a defesa da religião Católica.

A Ordem torna-se francesa

A Ordem, propriedade dos Duques de Lorena e de Bar, foi modificada por Stanislas Leszczynski Duque de Lorraine e Bar (antigo Rei da Polônia, sogro do Rei da França) sob o nome de Ordem Nobre dos Ducados de Lorraine e Bar, e quando da sua morte foi herdada pela Coroa francesa em 1766. Aos poucos, transformou-se em uma associação nobre, voltada principalmente para a caça.

 

Vários Reis da França aprovaram esta fundação sob os vários títulos da Ordem de Saint-Hubert, da Fidelidade e do Galgo. Louis XIV, Louis XV e Louis XVI concederam privilégios à Ordem de Saint-Hubert.

 

Louis Xavier, Conde de Provença (futuro Rei Louis XVIII), irmão do Rei Louis XVI, via nesta Ordem uma oportunidade para poder aumentar sua influência na Corte. Ele já era o Grão-Mestre da Real Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Belém e Nazaré, que usava para tentar “rivalizar” com a Ordem do Espírito Santo, concedida por seu irmão, porém, para poder manter uma Ordem de maior prestígio (a Ordem Lazarista), o Conde de Provença precisava de uma Ordem que pudesse conceder a outras pessoas, e assim aumentar sua influência, sem desmerecer sua principal Ordem de Cavalaria.

 

Desta forma, Louis, Conde de Provença, recebe o Grão-Magistério da Ordem de Santo Hubert, e passa a criar novos Cavaleiros. Todavia, os acontecimentos da Revolução Francesa foram oposição durante os últimos anos do século XVIII para a execução dos Estatutos, e sua existência não durou muito além de 1790.

 

No entanto, em 1817 alguns dos seus membros, ainda então vivos, tentaram reavivar esta instituição: tratava-se de restabelecê-la na França em bases menos restritas que os limites do antigo Ducado de Bar, sob o título geral de Ordem de Santo Hubert. O Conde de Provença já havia sido Coroado Rei como Louis XVIII, e decidiu então unir os destinos da Ordem de Santo Hubert ao da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro.

 

Alguns dos Comendadores Magistrais da Ordem do Monte Carmelo, entre eles o Príncipe de Mesolcina, receberam autorização do Rei para criarem Cavaleiros de Santo Hubert, que passaria então a obedecer aos Estatutos da Ordem Lazarista.

 

O Príncipe Don Andrea II recebe as instruções do Rei de França, e cria os primeiros Cavaleiros de Santo Hubert, ligados a Ordem Militar e Hospitalar de Monte Carmelo e de São Lázaro em 1819.

 

Atos provam que Louis XVIII estava disposto a reorganizar a Ordem como uma Ordem Militar por direito próprio, cogitando até mesmo nomear ao Duque d’Aumont, seu primeiro cavalheiro, como seu Grão-Mestre, contudo, o projeto nunca chegou a concretizar-se, e a Ordem foi mantida ligada à do Monte Carmelo: sua fita, outrora verde, passou a ser contornada de amaranto, como sinal de pertença à nova Ordem, como uma Ordem Cavalheiresca.

 

Com a morte do Rei Louis XVIII, em 1824, o Rei Carlos X informou, por meio de um comunicado oficial da Chancelaria Geral da Legião de Honra que a Real Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Belém e Nazaré deixaria, juntamente de todas as corporações a ela ligada, de existir no Reino da França, mantendo a liberdade para as Comendadorias desta Ordem, que estivessem fora do território francês, em manterem sua existência, porém sem nenhum vínculo (nem de obediência, mas também não mais de incentivos financeiros) com a Coroa Francesa.

 

No Principado de Mesolcina, onde a Comendadoria da Real Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Belém e Nazaré existia há mais de dois séculos, foi criada a Principesca Ordem Militar-Religiosa e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, e junto dela manteve-se a Ordem de Santo Hubert, segundo as disposições de Louis XVIII, como Ordem Cavalheiresca, que persiste até nossos dias.

 

A Ordem de Santo Hubert, desde sua criação como Ordem Militar do Ducado de Bar, até a sua anexação pela Coroa Francesa, e posterior união como Ordem Cavalheiresca da Ordem Lazarista do Principado de Mesolcina, teve por volta de 600 Membros.

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