O Grão-Magistério do Beato Bartolomeo de Vicenza (1233-1260)
Com o fim da heresia cátara, os Cavaleiros da Ordem migraram gradativamente para à Itália, onde a Santa Sé lhes incumbiu de novas missões. Após a morte do Conde Pietro Savarico, é Eleito em 1233 como novo IV Grão-Mestre da Ordem o Bispo da cidade de Vicenza, o Bem-Aventurado Bartolomeo de Breganze, (nascido e 1200, falecido em 1270), que foi um Monge Dominicano elevado a Bispo de Vicenza. Como foi o Bem-Aventurado o primeiro a conseguir o Reconhecimento Pontifício da Milícia de Jesus Cristo em 1235, este é considerado o “Refundador” da mesma.
Bartolomeu de Vicenza teve desde cedo contato com os Templários, sendo que em 1233 resolve reformar com a ajuda dos mesmos, a Milícia de Jesus Cristo com o objetivo de por fim às desordens causadas na Itália pelas lutas fratricidas entre guelfos e gibelinos além da defesa da Fé e do Papado.
Os Cavaleiros da Ordem em atuação na Batalha de Montaperti, na luta italiana entre Guelfos e Guibelinos.
A Milícia foi reconstituída pelo elemento Nobre da sociedade de Parma, aliada aos Cavaleiros da Ordem do Templo, enviados especialmente para a missão da reformulação da Milícia.
Para representar a Ordem, o Bem-Aventurado fundador escolheu uma nova Cruz como símbolo da Ordem. De início, a cruz foi feita em formato de espada, na cor vermelha, acompanhada de duas estrelas do mesmo. Depois de pouco tempo, a Cruz foi feita pátea vermelha, símbolo dos templários, acompanhada de duas estrelas da mesma cor.
Sua Santidade o Papa Gregório IX, nomeia como representante seu junto a Sacra Milícia o Cardeal Niccolò dos Condes de Segni. O Cardeal de Segni recebe o título de Arquiprior da Milícia de Jesus Cristo, e seu título é devido pelo fato de possuir precedência sobre todos os Priores da Ordem. O Primeiro Arquiprior mantém-se no posto até falecer, em 27 de dezembro de 1239.
Já em 1240 Gregório IX nomeia como novo Arquiprior da Milícia de Jesus Cristo o Cardeal Otto, Marquês de Monferrato. Com Otto de Monferrato o posto de Arquiprior da Milícia de Jesus Cristo ganha grande relevância, passando o Arquiprior a ter direitos de, em Nome do Papa, interferir nos assuntos administrativos da Ordem. O Cardeal Otto de Monferrato falece em 1251, sendo que, por influência do Grão-Mestre da Ordem, o posto de Arquiprior fica vago até o ano de 1303.
Papa Gregório IX (iluminura do séc. XIII), o Papa que erigiu a Ordem como Pontifícia em 1235, através da Bula QUAE OMNIUM CONDITORIS HONOREM.
A Ordem e as Santas Cruzadas à Terra Santa
A ligação da Ordem com às Santas Cruzadas deu-se através de seu IV Grão-Mestre, que em 1252 foi consagrado Bispo de Limisso, no Reino Latino de Jerusalém por Ordem do Papa Inocência IV. Em sua missão como Bispo, aumenta sua proximidade com os Cavaleiros do Templo, e faz com que alguns deles vão à Itália, ensinarem os segredos da guerra aos Cavaleiros da Milícia de Jesus Cristo.
Beato Bartolomeo de Breganze, Bispo de Vicenza segura a Sacra Coroa de Espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo, Relíquia Máxima da Ordem.
A Sacra Milícia
O Grão-Mestre é enviado para uma Missão Diplomática em Nome da Santa Sé junto ao Rei Henrique III da Inglaterra em 1259. Em retorno desta viajem, vai a Paris, reencontrar seu amigo, o Rei São Luís IX da França, que neste momento pede seu ingresso como Cavaleiro da Milícia de Jesus Cristo. O Rei aproveita para lhe entregar os Espinhos da Coroa de Cristo, que havia trazido consigo da Terra Santa.
Como prova de sua devoção à Ordem, São Luís IX doa ao Bem-Aventurado um cofre de ouro, contendo uma cruz, feita com a madeira da Vera Cruz, e um espinho da Santa Coroa.
O Bem-Aventurado formou uma guarda de honra, composta pelos melhores Cavaleiros da Milícia de Jesus Cristo, para fazerem a guarda da Sacra Coroa. Estes Cavaleiros receberam um colar, com a representação da Coroa de Espinhos de Cristo, e foram por isso chamados de “Sacra Milícia”, nome até hoje dado a Ordem.