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CRUZ MARIANA

A Cruz Mariana, também chamada de Marianerkreuz, surgiu em 1850 como meio de premiar o valor dos Cavaleiros da Ordem que arriscassem sua vida em batalha, abaixo do Estandarte da

própria Ordem.

 

HISTÓRIA

 

Os ares revolucionários que sopravam com força por toda à Itália originaram

correntes impulsoras da unidade nacional. O rei sardo-piemontês Carlos

Alberto de Savoia assumiu as iniciativas em prol da unidade e declarou a

guerra à Áustria. O Papa Pio IX, que havia sido entronizado em 1846, não quis

unir-se à causa, atitude que não lhe perdoou o povo romano. Estalada a rebelião,

Pio IX teve que fugir de Roma em novembro de 1848. Em 9 de fevereiro de

1849, aboliu-se o poder temporal do papa e proclamou-se a República Romana. A favor do Papa, organizou-se um contingente militar formado por diversas nações católicas. Nesta época, 148 Cavaleiros da Ordem provenientes de diversas nacionalidades pediram ao Grão-Mestre Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Don Angelo I Trivulzio-Galli autorização para formaram um pequeno exército exclusivo de Cavaleiros da Ordem Militar de Santa Maria, de modo que, independente da nacionalidade de cada um, passaram a lutar abaixo do Estandarte da Ordem, abaixo da chefia militar do próprio Grão-Mestre.

 

A Campanha militar teve bom êxito, de modo que em 3 de julho de 1849 era extinta a república, e em 12 de abril de 1850, o Papa regressou a Roma. Após o fim desta “Campanha de Roma” surgiu à necessidade de se condecorar os bravos 148 Cavaleiros da Ordem que lutaram em prol da Santa Sé, e uma vez que nenhum dos Cavaleiros da Ordem havia morrido, esta condecoração deveria servir para marcar esta grande data.

 

Decidiu-se pela Casa Principesca que os Cavaleiros não deveria apenas serem promovidos dentro da Ordem, uma vez que isso não eternizaria o Grande Feito, e sim, dever-se-ia criar uma condecoração apenas para os Cavaleiros da Ordem que arriscassem sua vida em batalha, abaixo do Estandarte da própria Ordem: nascia assim a Cruz Mariana. O nome “Cruz Mariana” deve-se ao fato da condecoração, que constituiu uma verdadeira Ordem Cavalheiresca dentro da Ordem Militar de Santa Maria, estar posta diretamente abaixo da Proteção da Beatíssima e Sempre Virgem Maria. A Cruz tem as cores branco e vermelho, cores da Ordem, sendo que é formada por uma cruz vermelha flordelisada, carregada de uma cruz simples de prata. Acima da Cruz havia uma espada e um cetro cruzados, representando que aquele que a recebeu, a havia conseguido lutando contra armas, em defesa de seu Príncipe Grão-Mestre.

 

A princípio pensou-se que a Cruz Mariana seria concedida apenas uma única vez, justamente àqueles 148 Cavaleiros que lutaram em defesa da Santa Sé em 1849, contudo, em 1870, estalou a guerra franco-prussiana e o Imperador francês Napoleão III precisou dispor de todos os efetivos militares, incluindo as unidades de guarnição em Roma. O recém-constituído Reino de Itália aliou-se à Prússia nesta contenda, pelo que contou com o beneplácito de Bismarck para atuar sem problemas contra as possessões do pontífice pró-francês. O Papa Pio IX reuniu oito mil soldados numa desesperada tentativa de resistir, sendo que desta vez 278 Cavaleiros da Ordem juntaram-se novamente abaixo do Estandarte da Ordem, na tentativa de defender a Santa Sé, mas o insuficiente exército Papal não pôde conter as divisões italianas que marcharam sobre Roma. Em 20 de setembro de 1870, entravam em Roma, logo declarada capital do Reino de Itália, com o estabelecimento da corte do rei Victor Emanuel II no Palácio do Quirinal. Durante as cruentas batalhas, pelo menos 41 Cavaleiros da Ordem, derramaram seu sangue em defesa do Trono & Altar, dando suas vidas em prol da Monarquia Papal. Novamente o Grão-Mestre achou por bem condecorar os Cavaleiros da Ordem que lutaram abaixo do Estandarte Militense, inclusive aqueles que morreram em batalha. Para aqueles poucos que já haviam recebido a Cruz em 1850, criou-se o grau especial de Grande Oficial da Marianerkreuz.

 

Originalmente a Cruz Mariana era apenas concedida em uma única classe, que era a de Cavaleiro, e em 1870 criou-se a classe de Grande Oficial. Mais tarde, com o advento da 1ª Guerra Mundial, novamente a Ordem montou um grupo de apoio aos soldados feridos, sendo que, os hospitais de campanha da Ordem prestavam auxílio a todos os feridos, independente da nacionalidade. Durante a 1ª Guerra além dos Cavaleiros, um grupo de Damas da Ordem também prestou apoio às atividades da Ordem durante o conflito. Surgiu assim a necessidade da Marianerkreuz ser concedida em mais de dois graus, de modo que os Cavaleiros ou Damas da Ordem que auxiliassem as atividades da Ordem em campo de batalha por seis meses, recebessem a Cruz de Cavaleiros/Dama; aqueles que auxiliassem as atividades da Ordem em campo de batalha pelo prazo superior ao 14 meses recebessem a Cruz de Grande Oficial; e aqueles que durante a Guerra realizassem algum ato de grande heroicidade, receberiam a Grã-Cruz com Placa. Ainda se criou o grau de Cavaleiro do Grão-Colar da Marianerkruz com Placa de Ouro, que passou a ser concedido em circunstâncias especiais. O primeiro Cavaleiro da Ordem a receber o Grão-Colar da Marianerkruz foi o Bem-Aventrado Imperador Carlos I da Áustria, que foi Bailio-Cavaleiro do Grão-Colar da Sacra Milícia. 

 

ATUALMENTE

 

Após a 1ª Guerra Mundial, a Ordem não mais enviou grupos de apoio militar, sendo que, atualmente a Cruz Mariana é a mais prestigiada condecoração de mérito, que pode ser concedida a um Membro da Sacra Milícia, no âmbito da Ordem.

 

Pode ser concedida em quatro Graus, que são:

- Cavaleiro ou Dama;

- Cavaleiro Grande Oficial ou Dama Grande Oficial; e

- Cavaleiro da Grã-Cruz ou Dama da Grã-Cruz.

- Cavaleiro do Grão-Colar ou Dama do Grão-Colar.

 

Em todos esses casos, a Cruz Mariana hoje é concedida sem a espada e o cetro cruzados sobre ela, para assim diferenciar aqueles que a receberam em tempos de guerra, daqueles que a receberam em tempos de paz. Como a Marianerkreuz apenas pode ser concedida a Membros da Ordem, estes a utilizam com o fardão que pertença a sua Categoria, ou com trajes solenes.

A MARIANERKREUZ EM NÚMEROS:

148 Cavaleiros em virtude da I Campanha de Roma em 1849

278 Cavaleiros em virtude da II Campanha de Roma em 1870

49 Promoções a Cavaleiro Grande Oficial em virtude da II Campanha de Roma em 1870

675 Cavaleiros em virtude da I Guerra Mundial

127 Damas em virtude da I Guerra Mundial

352 Promoções a Grandes Oficiais em virtude da I Guerra Mundial

152 Promoções a Grã-Cruz virtude da I Guerra Mundial

97 Cavaleiros criados em Tempos de Paz

35 Damas criadas em Tempos de Paz

78 Promoções a Grandes Oficiais em Tempos de Paz

46 Promoções a Grã-Cruz em Tempos de Paz

27 Grandes Colares (até hoje, desde a I Guerra Mundial)

Total: 2064 Títulos, para 1360 agraciados.

Para se ver a maneira do uso da Cruz Mariana, clique no botão abaixo:

Marianerkreuz entregue em tempos de guerra, com espada e cetro cruzados sobre a condecoração.

Marianerkreuz entregue em tempos de paz.

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