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A Fundação da Ordem (Século XIII)

 

A Ordem foi fundada no contexto da luta Cristã contra os hereges cátaros. Em 1209 o Conde Simão IV de Montfort, Conde de Montfort-Amaury, Conde de Leicester, Visconde de Albi, de Béziers e de Carcassone, Conde de Toulouse, invocou a criação de uma Ordem de Cavalaria para lutar na Cruzada contra estes hereges, em uma dura guerra que ficou conhecida como A Cruzada Albigenese. A Ordem foi chamada de Milícia de Jesus Cristo, pois invocava que a Cruzada contra os cátaros era o trabalho do próprio Cristo.

 

Foram os 10 Cavaleiros Fundadores da Milícia:

 

1º Simão IV de Montfort-Amaury, Conde de Montfort-Amaury, 1º Grão-Mestre da Ordem;

2º Conde Guido de Monfort, irmão do Conde Simone IV, Arquichanceler da Ordem;

3° Aimerico di Castel Novo;

4° Arnaldo di Castel Novo;

5º Pietro di San Romano;

6° Arnaldo Bernardi, deito Endura;

7° Guido de Levis;

8° Lamberto Turin;

9° Pietro de Voifin.

10° Ottone di Niord.

Simon IV de Montfort-Amaury, Conde de Montfort-Amaury, 1º Grão-Mestre da Ordem

A atuação da Milícia de Jesus Cristo na Cruzada contra os Cátaros foi marcante, de forma que o Grão-Mestre da Ordem foi quem liderou a coalizão Católica contra os hereges, sendo que para isso obteve o apoio do Rei da França, lutando contra o Rei de Aragão, do Chefe da Casa de Trencavel, do Conde de Foix, do Conde de Comminges e do Visconde de Béarn.

 

Os Cavaleiros da Milícia de Jesus Cristo tomaram especial papel junto ao Cerco de Avinhão, onde morreu o Rei Luís VIII da França, lutando ao lado dos Cavaleiros da Milícia. Como era o esperado, a vitória contra os hereges ocorreu, e a Milícia de Jesus Cristo pode honrar-se com sua primeira vitória. Neste período entraram na Ordem o Conde Almerigo de Montfort; Conde Guido de Montfort, filho do Conde Simão IV. Simão V, Conde de Montfort, Filho do Conde Simão IV.

 

O Conde Simão IV de Montfort levou a Milícia de Jesus Cristo para as Santas Cruzadas no Oriente. Em 1213, derrota o exército do rei Pedro II de Aragão, que é morto na batalha de Muret.

Imagem do século XIV que mostra os Cavaleiros da Ordem expulsando os cátaros de Albi, França.

A Primeira Cerimônia de Investidura da Ordem

 

A primeira Cerimônia de Investidura da Ordem ocorreu no dia 24 de junho de 1213, logo após uma batalha contra os Cátaros. A Cerimônia havia sido programada para ser celebrada na Capela do Castelo do Conde de Monfort, porém, pelo grande número de pessoas ilustres que vieram assisti-la, deve se ser realizada em campo aberto.

 

Como a Cerimônia ocorreu logo após um confronto com os hereges, ela foi realizada no Campo de Batalha, perto de Aris. Foi presidida pelo Bispo Manasle de Aurelianense. Nela, logo após ouvido o canto solene do TE DEUM, o primogênito do Conde Simão de Monfort, Almerico, foi investido Cavaleiro em meio a uma grande pompa. Neste mesmo dia foi investido o Conde Guido, irmão de Simão de Monfort, além de muitos outros Cavaleiros, Prelados e até mesmo Bispos.

 

 

 

A Cerimônia foi iniciada pelo canto solene do hino VENI CREATOR SPIRITUS, quando então Almerico de Monfort, estando ajoelhado entre seu pai e sua mãe, prestou seu Juramente como Cavaleiro às mãos do Bispo que presidia a Cerimônia.

 

 

 

Almerico foi revestido com ricos brocados de ouro, que representavam sua grande dignidade como Cavaleiro, e foi assim que ele recebeu a espada, abençoada pelo Bispo, além das esporas de ouro. Recebeu também o escudo e a lança, das mãos de seu pai, Grão-Mestre da Ordem.

 

 

 

O Bispo Manasle de Aurelianense escreveu a seguinte ata, em latim, que agora transcrevemos:

 

Voluit sunc Comes Simon, Almericus, filium suum solemni pompa militem fieri. Aderont Guido Simonis frater […] In castrum Arii se recepir, sicut Barones plurimi, uti solemnitati pariter interessante. Constituta igitur die vigésima quarta iunis, officium peregis rogatur Comites Episcupus Aurelianensis Monasses in campo vastíssimo, cum homminum multitudinem continere nom posset, nen Ecclesia castri, neo ipsam astrum, ablatumque a Comite, comisfa axore, Milietem ad servitutem Iesu Christi, militari cíngulo, halteo cinxit Manusses dum clericis hymnus Veni Creator Spiritus, devotissime cantabur. 

Inconografia do século XIII onde se vê o Conde Simon IV liderando os Cavaleiros da Orden na luta contra os cátaros.

O Primeiro Capítulo Geral

 

Logo após a primeira Cerimônia de Investidura, ocorreu um solene almoço, onde estiveram presentes numerosos Barões e Bispos. Após o final das festividades, reuniram-se os Cavaleiros da Ordem, juntamente com o Grão-Mestre, para a realização de uma reunião, que entraria para a história como o Primeiro Capítulo Geral da Sacra Milícia.

 

No Capítulo Simão de Monfort foi confirmado, desta vez por uma Eleição, como Grão-Mestre e Condottiere da Ordem. Outras medidas foram tomadas, como a votação pela não necessidade do candidato a Cavaleiro passar pelo ano de noviciado que era comum em outras Ordens.

 

Também votou-se nas linhas de atuação militar que a Milícia de Jesus Cristo deveria seguir no combate aos hereges e demais inimigos da Cruz.

 

 

O II Grão-Magistério da Ordem (1216-1220)

 

 

O Conde Simão IV de Monfort prossegui à frente da Ordem, em uma política combativa. Em novembro de 1215, o conselho de Latrão reconhece-o como Conde de Toulouse e dá testemunho do condado ao rei da França em maio de 1216. Em 25 de junho, durante uma fuga dos sitiados, ele morre atingido por uma pedra lançada por uma catapulta manobrada por mulheres.

 

 

 

Seu filho Amaury, que se torna condestável da França após a saída de seu tio, verá a confirmação em teoria das posses continentais de seu pai. O segundo filho, Guy de Monforte, se torna Conde de Bigorre por casamento, mas não sobrevive ao primogênito mais que dois anos.

 

 

 

Reunido o II Capítulo Geral da Ordem, Amaury é Eleito novo Grão-Mestre da Milícia de Jesus Cristo logo atos a morte do pai, em 1218, sendo que neste período a Ordem recebeu um novo contingente de Cavaleiros, que garantiu sua vitória em batalhas.

 

 

 

Foi escolhido como novo Arquichanceler da Ordem o Cavaleiro Pietro Savarico di Maulcone, que passou a auxiliar o II Grão-Mestre em todas as suas funções.

 

Novamente reunido o III Capítulo Geral em 1220, Amaury VI, Conde de Montfort renuncia a seu posto de Grão-Mestre, evitando assim a sua destituição. Em 1230 parte para as Cruzadas como Condestável da França, sendo que é capturado em 1239 em Gaza, durante a ação desastrosa do Conde Henrique II de Bar. É libertado pelos Cristão em 1240, quando conclui uma aliança contra o sultão de Damasco. Morre em 1241, quando retornava ao Ocidente.

 

 

O III Grão-Magistério da Ordem (1220-1234)

 

No III Capítulo Geral da Ordem, em 1220, é Eleito como III Grão-Mestre o Conde Pietro Savarico di Maulcone, que havia auxiliado o Grão Magistério do Conde Amaury de Montfort.

 

 

 

Logo que assume o Grão-Magistério Pietro Savarico, Conde de Maulcone preocupa-se em aumentar o número de Nobres dentro da Ordem, sendo que realiza uma série de Investiduras, em que receberam o hábito de Cavaleiros da Ordem:

 

O Conde de Bologna;

 

Conde de Clairmend;

 

Conde de Bretagna Minore;

 

Conde de Dreux;

 

Conde de Chartres;

 

Conde de S. Paolo;

 

Godofredo di Vendofme;

 

Matteo di Monmorencl;

 

Roberto di Courtenai;

 

Raimondo, Visconde d'Ambuflon;

 

Enguerardo de Coucì;

 

Giovanni di Niege;

 

Visconde de Sufanne;

 

Visconde de Dunnè;

 

Visconde de Chateaudun;

 

Tommafo de Coucl;

 

Gaucherio de Toigni;

 

Guglielmo di Minel;

 

Enrico di Silli;

 

Filippo di Monterel;

 

Stefano di Senterro;

 

Raimondo de Montfoucon;

 

Roberto de Poisì;

 

Simone de Poisì;

 

Boccardo de Maillì;

 

Florenzo de Hougett; 

 

 

 

Pietro Savarico era um Conde de origem italiana, que levou, pela primeira vez a Milícia de Jesus Cristo à Itália. Era um bravo defensor da Fé, sendo que investiu como Cavaleiro da Ordem o Bispo de Vicenza, que lhe sucederia como Grão-Mestre da Ordem.

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