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A heresia do Catarismo, parte I

Essa é a primeira parte de uma série de quatro postagens, feitas com um estudo profundo sobre a heresia albigense (também chamada de Catarismo), estudo este feito pelo Reverendíssimo Cônego Paulo Roberto de Oliveira

Reverendíssimo Cônego Paulo Roberto de Oliveira, Cavaleiro-Capelão Grande Oficial de Obeidência ad Honorem da Sacra Ordem Dinástica, Equestre, Militar e Hospitalar da Milícia de Jesus Cristo e de Santa Maria Gloriosa, Grão-Chanceler da Suprema, Insigne e Fidelíssima Ordem de Sua Alteza o Príncipe: de São Miguel Arcanjo e do Preciosíssimo Sangue, Cônego da Sereníssima Casa Principesca de Mesolcina, Membro do Conselho Privado de Sua Alteza o Príncipe de Mesolcina.


O ATAQUE ALBIGENSE



No coração da Idade Média, justamente em seu ápice, o século XIII, se inicia um ataque singular e poderoso contra a Igreja Católica e a toda cultura da época.

Foi um ataque, não apenas contra a religião que fez nossa civilização, mas sobre a própria civilização em si; seu nome geralmente na história é chamado de "A heresia albigense".

No caso desta grande luta, devemos proceder, examinando primeiro a natureza da doutrina que foi estabelecida contra o corpo da verdade ensinado pela Igreja Católica.

A falsa doutrina da qual os albigenses foram o exemplo principal esteve sempre latente entre os homens em várias formas, não apenas na civilização cristã, mas onde os homens tiveram que considerar os problemas fundamentais da vida, isto é, em todos os tempos e lugares.

Mas aconteceu de assumir uma forma particularmente concentrada neste momento da história. Foi então que as falsas doutrinas que estaremos a examinar se destacaram no mais alto relevo e podem ser mais claramente apreciadas. Seus efeitos danosos foram mais visíveis foi quando a mesma estava em seu ponto mais alto de virulência.

Pois esse problema permanente da mente humana se revelou em três grandes ondas durante o período cristão, das quais a terceira e principal onda foi a heresia albigense.

A primeira grande onda foi a tendência maniqueísta dos primeiros séculos cristãos.

A terceira foi o movimento puritano na Europa que acompanhou a Reforma protestante, e a continuação dessa doença, foi o jansenismo.

A primeira onda deste tipo foi barrada antes do final do século VIII.

A segunda foi destruída quando o movimento Albigense definitivamente foi extirpado no século XIII.

A terceira, a onda puritana, só no século XX começou a declinar, depois de ter prejudicado com todos os tipos de males.

Ora, qual é essa tendência geral que, desde os seus movimentos mais antigos, o maniqueísmo, que em sua forma mais clara, é chamada de Albigense, e que conhecemos na modernidade como puritanismo e jansenismo.


Qual é o poder motivador subjacente que produz heresias desse tipo?


Para responder a essa questão principal, devemos considerar uma verdade primordial do ser da própria Igreja Católica, que se pode colocar: "A Igreja Católica é fundada sobre o reconhecimento da dor e da morte". A Igreja Católica está enraizada no reconhecimento do sofrimento e da mortalidade e sua reivindicação de ter fornecido uma solução para o problema que eles apresentam".


Esse problema é genericamente conhecido como "O problema do mal".


Como podemos chamar o destino do homem de glorioso e o Céu de seu objetivo e de seu Criador todo-bom e todo-poderoso, quando nos encontramos sujeitos ao sofrimento e a morte?

Quase todos os jovens e inocentes estão pouco conscientes deste problema. O quanto eles podem estar conscientes depende das experiências que têm, o quão cedo tem essa experiencia da perda pela morte ou quão cedo eles podem ter sofrido grandes dores físicas ou mesmo mentais.

Mas cedo ou tarde, todo ser humano que pensa, não um que tem sérios problemas mentais, é confrontado por este “Problema do Mal”;

E enquanto observamos a raça humana tentando descobrir por si mesma o significado do universo, ou aceitando a revelação, ou seguindo religiões e filosofias parciais distorcidas e falsas, achamos sempre no coração preocupado aquela insistente pergunta: "Por que devemos sofrer? Por que devemos morrer?


Diversas maneiras de sair do enigma desta tortura foram propostas.


O mais simples e baixo é não enfrentar estas perguntas; afastar os olhos do sofrimento e da morte; fingir que eles não estão lá, ou, quando elas são empurradas sobre nós tão insistentemente que não podemos manter a pretensão da ignorância, não podendo mais esconder nossos sentimentos.

Faz parte também desse péssimo método de lidar com o problema é boicotar a menção do mal e do sofrimento e tentar esquecê-los o máximo que pudermos.


Outra forma menos básica, mas igualmente desprezível intelectualmente, é dizer que não há problema, porque somos todos parte de uma coisa morta sem significado, sem nenhum deus criativo por trás dela: dizer que não há realidade no certo e errado ou na concepção de bem-aventurança ou da miséria.


Outro modo mais nobre, que era o caminho favorito da alta civilização pagã da qual brotamos - o caminho dos grandes romanos e dos grandes gregos - é o caminho do estoicismo.

Tem sido chamado por alguma pessoa acadêmica ou outra "A religião permanente da humanidade", mas na verdade não é nada disso; porque não é uma religião. Tem pelo menos a nobreza de encarar os fatos, mas não propõe solução. É totalmente negativo.

Outro caminho é o profundo, mas desesperador vindo da Ásia - do qual o maior exemplo é o budismo: a filosofia que chama o indivíduo de ‘uma ilusão’, permite nos livrar do desejo de imortalidade e esperarmos ser fundidos na vida impessoal do universo.

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